sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Clube das Mulheres


Já eram quase meia noite de quinta-feira quando o celular tocou, era o meu pai na linha informando que ele ofereceria um jantar ao Embaixador na sexta-feira a noite e que a minha presença era imprescindível, fingi uma felicidade que não existia, afinal sabia como esses jantares eram chatos e ficar paparicando o Embaixador e sua família não era meu programa preferido para uma sexta-feira à noite.

Sexta-feira, depois de sair do trabalho, fui direto para o salão preparar o cabelo e a maquiagem, como o jantar seria mais formal, não podia fazer feio né? Vai que o filho do Embaixador é uma gracinha e maior de idade.

Lá pelas 21h00minh eu já estava vestida, penteada e maquiada, apenas esperando o motorista que viria me pegar, e já estava rezando pra essa noite acabar, estava ansiosa e ao mesmo tempo entediada. Ansiosa, pois não sabia quem estaria nesse jantar e entediada porque independente de quem estivesse com certeza não seria do meu interesse, aff!

21h22minh e já estava no saguão do hotel onde ocorreria o jantar, deixei o meu casaco no armário com uma moça muito simpática por sinal e fui ao encontro dos convidados no restaurante no hotel.

Sem surpresas, não estavam lá o George Clooney, nem o Brad Pitt e muito menos o Ashton Kutcher, para a minha tristeza, apenas o Embaixador, sua esposa, seus filhos (menores de 18 anos) e algumas famílias importantes e com sobrenome, todos, amigos do meu pai. Cumprimentei todos como manda o manual de etiqueta e fui correndo para o bar pegar algo para beber pra ver se a noite começava a ficar mais divertida, pedi um Dry Martini e senti uma mão em meu ombro, quando me virei:

- “Tudo bem? Lembra de mim?”

Não pensei duas vezes, em achar que pudesse ser algum tipo de cantada barata, sem ao menos olhar direito, respondi:

- “Não”

Ele insistiu:

-“Tem certeza? Lembro de você com uns 8, 9 anos, brincando de boneca”

Virei-me para olhar novamente a pessoa que se encontrava atrás de mim e confesso que não sei se foi porque eu reparei nele desta vez ou porque ele insinuou me conhecer desde pequena, mas achei o rosto conhecido e muito bonito por sinal. Foi quando ele se apresentou:

- “Caio Cavalcanti”

Por um segundo, não acreditei no que meus ouvidos escutaram, não podia ser ele, faziam mais de cinco anos que eu não o via, mas era Caio Cavalcanti. Nossas famílias eram amigas, por isso vivíamos juntos quando criança, nos afastamos porque nossas famílias brigaram ele se mudou com os pais para outro estado. Ele pediu uma dose de uísque e ficamos conversando, enquanto ele falava, eu ia cada vez mais reparando no seu jeito e gostava daquilo que estava vendo, mesmo amigos há muitos anos, me sentia atraída por ele, e em um determinado ponto da conversa, ele colocou a mão na minha perna, percebi então que o meu interesse era recíproco.

O meu pai me olhava com cara de desgosto, por estar ali, conversando com um Cavalcanti, sabia que ele não aprovava mais a nossa amizade, mas não ligava pra isso, afinal era ele que estava tornando a minha noite um pouco mais interessante.

Depois de tanta conversa, meu pai me chamou para o jantar, me despedi do Caio e fui jantar. Confesso que fiquei um pouco decepcionada, pois nem o meu telefone ele havia pedido.

Jantei com todos e pedi ao meu pai, permissão para ir pra casa. Antes de partir dei uma olhada no restaurante do hotel e não avistei o Caio, fiquei meio triste, pensando que nunca mais o veria e nem ao menos sei onde ele está morando ou o seu telefone. Fui em direção ao armário de casacos para buscar o meu, quando senti um braço envolvendo a minha cintura e me puxando pra dentro de uma porta, não tive tempo nem de ficar assustada ou gritar, quando vi, era o Caio. Encaramos-nos por uns três segundos, não agüentamos mais do que isso, sem falar nada, ele me envolveu em seus braços e me beijou, um beijo gostoso, ele tinha uma boca suave e ao mesmo tempo carnuda e além do que, beijava muito bem, fomos nos entregando ao momento sem ao menos nos preocupar, pois estávamos dentro do armário onde todos os casacos estavam guardados.

Com o seu jeito delicado, ele foi me direcionando até um sofá que tinha no final do armário, pensei em resistir, mas o meu corpo não permitiu. Ele foi abrindo o meu vestido, enquanto eu desabotoava a sua blusa, ele me beijava com vontade, enquanto passava as mãos pelos meus cabelos, eu retribuía todo o carinho. Deitamos no sofá e nos entregamos ao desejo que sentíamos naquele momento, ele me acariciava, enquanto me olhava nos olhos e sorria o mesmo sorriso de quando ainda era um menino, foi quando o meu corpo começou a estremecer, eu apertava o seu braço e passava a mão pelo seu corpo, não conseguia mais controlar os meus movimentos, ele ia aos poucos diminuído o ritmo, enquanto nos olhávamos. Foi quando ele disse:

- “Você é linda! Não quero que essa noite acabe aqui, vamos pro meu hotel?”



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