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"Outro dia um jornalista me perguntou se eu achava que as pessoas anadavam muito infelizes em suas vidas amorosas. Eu não tenho procuração para responder pelos outros, mas acho que o termo infeliz é um pouco dramático. Conheço inúmeros casais que vão muito bem, obrigado. O que existe hoje talvez seja uma angústia generalizada em razão da qunatidade de portas que a liberação sexual nos ofertou. Tem a porta A, que nos leva a um casamento monogâmico, a porta B, que nos leva a um caso extraconjugal; a porta C, quer nos leva a uma vida solteiro com inúmeros romances; a porta D, que nos leva a uma bissexualidade ativa; a porta E, que nos leva à paternidade; a porta F, que nos leva a separação; a porta G, que nos leva a solidão escolhida; a porta H, que nos leva ao convento; a porta I, que nos a um clube de swing; a porta J, que nos leva a encontros virtuais; e as portas seguem se multiplicando nesse corredor de ofertas.
Antes a vida tinha menos opções. Você casava para semper e contruía uma família, já que a reprodução era a razão de ser da sexualidade. LOu então não casava e virava tia, uma mulher à margem, que não havia dado sorte, coitada. Os homens tinham um pouco mais de liberdade, mas também acabavam aprisionados pelo ética vigente: ou se transformavam em reprodutores e provedores, ou não eram boa coisa.
Depois que a pílula anticoncepcional entrou no mercad, sexo deixou de existir apenas para procriação e passou a existir pelo prazer.
E o prazer é múltiplo, advém de arranjos variados. Mesmo ainda pressionados por alguns pradões, hoje temos mais informação e mais autonomia para bater à porta do estilo de vida que acvreditamos que nos trará mais satisfação. O problema é que esse prazer, que antes era facultativo, virou obrigatório. Ai de você se não tover "x" parceiros no seu currículo, "n" orgasmos a cada transa, enfim, uma biografia de arrebentar. Sua vida erótica tem que ser nada menos inimitável. Ela passou a ser mais importante do que sua vida emocional, ao menos pra consumo externo.
Deveriam andar juntos, amor e sexo. Isso restringiria o número de portas e, por consequência, a angústia de ter que escolher apenas uma e renunciar às outras. Mas amor e sexo não andam mais juntos e as pessoas ficam perdidas, procurando um amor estável e ao mesmo tempo se abrindo para emoções efêmeras, tentando canalizar seu desejo e ao mesmo tempo sendo excitados por inúmeros estímulos que chegam da TV, do cinema e das revistas.
Não creio que estejamos mais infelizes no amor, mas um pouco tontos, certamente.
Muitas possibilidades nos atraem e ao mesmo tempo nos paralisam. O que cada um de nós quer e precisa? Foco e autoconhecimento para transitar nesse freeshop erótico-afetivo sem virar refém do próprio deslumbre."
Texto retitado da Revista O Globo. (Domingo dia 13 de Setembro de 2009)
Autora Martha Medeiros.
Adoro os textos da Martha Medeiros, a cada domingo ela fala de um assunto diferente, todos os textos são muito interessantes, ela consegue falar de qualquer assunto, transferindo para quem le, uma leveza nas suas palavras.
Beijos ;**
Obs.: Como já disse Galera Desculpem, pelo espaçamento nas postagens, mais estou com alguns probleminhas, sempre que possível estarei postando coisas novas, e será por pouco tempo!
Um comentário:
ººº
Amei seu texto, curto ou comprido
Beijos
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